09.01.2025

Setores: Agroalimentar

Campo Legal | 15 – 31 dezembro

Grupo de Alto Nível para o Vinho apresentou recomendações políticas para o futuro do sector vitivinícola da UE

O Grupo de Alto Nível para a Política Vitivinícola emitiu um conjunto de recomendações destinadas a garantir a adequação do setor vitivinícola da UE. Estas recomendações foram aprovadas pelos 27 países da UE e partilhadas com representantes das principais organizações de partes interessadas na reunião final do grupo. O grupo convida a Comissão Europeia a avaliar como e quando estas propostas podem ser integradas no quadro da política vitivinícola da UE, sublinhando a necessidade de apoiar os produtores e as regiões vitivinícolas de toda a Europa a adaptarem-se a um futuro difícil. O Comissário Hansen participou na última reunião e proferiu as observações finais, salientando a importância das recomendações e dos esforços de colaboração do grupo.

As recomendações do grupo consistem numa série de ações políticas específicas destinadas a enfrentar os desafios que se colocam ao setor vitivinícola e centram-se em três áreas fundamentais: alinhar a produção de vinho com a procura, aumentar a resistência aos desafios do mercado e do clima e adaptar-se às tendências para aproveitar novas oportunidades de mercado.

Em primeiro lugar, as recomendações reconhecem a força e o elevado potencial dos instrumentos políticos existentes, salientando a necessidade de otimizar a sua utilização, mas concluem que estes instrumentos podem ser ajustados e reforçados para enfrentar os desafios do futuro, a fim de assegurar a continuação do sucesso do setor.

O Grupo salienta a necessidade de gerir o potencial de produção vitivinícola para fazer face ao excesso de oferta estrutural, seguindo uma abordagem coerente e estratégica a nível nacional, com medidas adaptadas para aumentar a competitividade, a sustentabilidade e a resiliência. Estes instrumentos incluem regimes de arranque direcionados para determinadas regiões ou vinhos, uma modulação temporária do potencial de produção através de um sistema de gestão mais flexível para as autorizações de plantação e replantação de vinha, ou mecanismos para facilitar o ajustamento dos rendimentos das uvas.

O grupo sublinha igualmente a necessidade de reforçar a resiliência dos viticultores aos riscos climáticos e de mercado, combatendo mais eficazmente as práticas comerciais desleais e orientando melhor o apoio para instrumentos de gestão de riscos reforçados e soluções de seguros inovadoras, bem como para o alinhamento dos investimentos com os planos de adaptação às alterações climáticas. No que se refere ao orçamento da política agrícola comum (PAC) para o sector vitivinícola, o Grupo recomenda que se dê flexibilidade à gestão financeira e à alteração dos programas nacionais de apoio dedicados ao vinho, a fim de permitir uma reação mais rápida aos acontecimentos do mercado ou do clima.

Por último, o Grupo sublinha a necessidade de facilitar a adaptação do sector à evolução das preferências dos consumidores e às tendências do mercado mundial, melhorando a recolha de dados, facilitando as técnicas e a promoção de produtos vitivinícolas adaptados aos novos gostos e exigências, incluindo os vinhos desalcoolizados, e apoiando a inovação. Destaca igualmente as oportunidades para o setor na promoção dos vinhos da UE como mensageiros da sustentabilidade, da proteção da paisagem, do desenvolvimento rural e da cultura, a importância de facilitar as vendas diretas dos produtores aos consumidores e a necessidade de promover o enoturismo.

(Vd. Documentos e estudos)

 

Boletim Mensal da Agricultura e Pescas do INE de dezembro

Segundo o mais recente Boletim do Instituto Nacional de Estatística, as previsões agrícolas, em 30 de novembro, apontavam para um início de ano agrícola com valores de precipitação próximos da normal, o que terá permitido a realização das sementeiras das culturas de outono/inverno prevendo-se, ainda assim, um decréscimo de 10% na área de aveia.

A produção de milho para grão de regadio deverá ser a mais baixa dos últimos 14 anos, devido principalmente ao decréscimo de área.

As condições desfavoráveis penalizaram a produção de kiwi, confirmando-se um decréscimo de produção superior a 1/3, face à média do último quinquénio.

A produção de castanha deverá ficar abaixo do potencial produtivo pelo terceiro ano consecutivo, sendo a situação, no entanto, atenuada pela boa qualidade do fruto e pelo aumento da cotação.

No olival prevê-se um aumento de produção de 15%, essencialmente devido à entrada em produção de novos olivais, principalmente no Alentejo.

(Vd. Documentos e estudos)

 

Comissão Europeia: Relatório Mensal sobre o Comércio Agroalimentar da UE

Segundo o último relatório, divulgado a 20 de dezembro, em setembro de 2024 o excedente comercial agroalimentar da UE aumentou 15 %, atingindo 6 mil milhões de EUR.

Este valor representa um aumento significativo em relação ao mês anterior, mas é ainda 10 % inferior ao registado em setembro de 2023.

O excedente da UE atingiu 50,6 mil milhões de EUR entre janeiro e setembro de 2024, permanecendo estável em comparação com o mesmo período de 2023.

Além disso, as exportações da UE aumentaram para 19,6 mil milhões de EUR em setembro de 2024, enquanto as exportações acumuladas totalizaram 175,5 mil milhões de EUR, um aumento de 2 % em comparação com o mesmo período de 2023.

Por outro lado, as importações da UE permaneceram estáveis em setembro de 2024, totalizando 124,9 mil milhões de EUR no período de janeiro a setembro de 2024 (+4% em comparação com o período de 2023).

(Vd. Documentos e estudos)

 

Boletim MARS do Joint Research Centre da Comissão Europeia

Segundo a edição de dezembro do Boletim MARS, as culturas de inverno estão em condições razoáveis a boas na maior parte da Europa.

Continuam pouco desenvolvidas em partes da Roménia e da Bulgária, bem como no leste da Ucrânia e em grandes partes da Rússia europeia.

No Magrebe, são necessárias chuvas imediatas para criar condições adequadas para as sementeiras.

(vd. Documentos e estudos)

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