A indústria siderúrgica europeia é fundamental para a economia europeia, fornecendo produtos essenciais para muitos setores, incluindo o automóvel, a construção e a defesa, as tecnologias de emissões líquidas nulas, e as infraestruturas críticas, sustentando cadeias de valor industriais inteiras.
Cerca de quinhentas instalações de produção em 22 Estados-Membros contribuem com cerca de 80 mil milhões de euros para o PIB e são responsáveis por mais de 2,5 milhões de postos de trabalho.
No entanto, a indústria siderúrgica europeia vem enfrentando desafios significativos: os custos de produção aumentaram devido aos elevados preços da energia, ao mesmo tempo que os preços baixaram devido ao aumento da sobrecapacidade global não comercializada e à diminuição da procura.
Consequentemente, a produção da UE diminuiu e a atual utilização da capacidade está abaixo dos níveis rentáveis. Esta situação prejudica a descarbonização, uma vez que várias empresas suspenderam os investimentos em projetos de aço verde. Os setores com utilização intensiva de energia, como o aço, os metais e os produtos químicos, estão entre os mais vulneráveis nesta fase da transição.
Confrontada com desafios sem precedentes – aumento dos custos da energia, problemas de acesso às matérias-primas, concorrência global desleal e novos direitos aduaneiros dos EUA – a importância e a especificidade da indústria siderúrgica europeia recomendam ação à escala da União Europeia.
O Clean Industrial Deal de 26 de fevereiro, é o quadro europeu destinado a promover o diálogo com as indústrias, com especial atenção para as PME, a fim de desenvolver percursos de transição setoriais. Estes permitirão decisões de investimento informadas e facilitarão a mobilização de mais capital para a transição, acelerando, em última análise, o progresso em direção a um futuro industrial mais limpo e mais competitivo.
No seu âmbito, encontra-se prevista a apresentação de um Plano de Ação para o Aço e os Metais, baseado no Diálogo Estratégico que foi entretanto lançado pela Comissão Europeia a 4 de março.
Aquando da apresentação do Diálogo Estratégico, a Presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, afirmou: “A nossa União Europeia foi construída sobre uma comunidade de carvão e aço. O aço está em todo o lado, da energia eólica à defesa. Mas os produtores de aço europeus encontram-se numa encruzilhada, enfrentando os desafios da necessária descarbonização e de uma concorrência mundial parcialmente desleal. O diálogo de hoje deverá conduzir a um plano adaptado para ajudar este sector a descarbonizar-se e a prosperar a nível mundial. Juntamos forças para defender com firmeza o aço produzido na Europa”.
O resultado do Diálogo Estratégico deverá ser integrado no Plano, que indicará ações prioritárias específicas para o sector, bem como medidas de longo prazo para substituir as medidas de salvaguarda em matéria de defesa comercial que expiram em junho de 2026.
Em suma, o Plano de Ação, cuja apresentação se encontra prevista para a semana, deverá abordar uma vasta gama de questões, tais como:
- dar resposta às necessidades de investimento;
- garantir o acesso a materiais primários e secundários;
- assegurar que a produção de aço limpo seja comercialmente viável;
- chegar a acordo sobre a melhor forma de responder às práticas comerciais desleais e injustificadas; e
- identificar as medidas a longo prazo que melhor poderão substituir as actuais medidas de salvaguarda.
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