O LegalWeek 2025, realizado em Nova Iorque, é considerado o maior evento de direito e tecnologia do mundo, contando com mais de seis mil participantes, diversas sessões com palestras e trezentas legaltechs expositoras. O evento foi um sucesso.
Evidentemente, o tema central foi a adoção de plataformas de inteligência artificial generativa no mercado jurídico. É verdade que tudo ainda é muito recente, volátil e, principalmente, por explorar. É certo, também, que representa um desafio para qualquer operador jurídico, seja em grandes sociedades de advogados, departamentos jurídicos ou profissionais liberais.
Abaixo, apresentamos as dez principais tendências — ou seja, os temas mais quentes e debatidos no grande evento. Para o próximo ano, fica sempre a pergunta: o que é fogo e o que é fumo nesta lista?
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Biblioteca de prompts
Tema já batido. Os advogados estão cada vez mais capacitados para explorar as ferramentas de IA. -
“Terceira Onda”
Legal Ops. LegalTechs. E agora, os Agentes de IA. Produtividade aumentada — ou seja, o agente concentra-se nas tarefas repetitivas. Gerar relatórios para auditorias, por exemplo, nem passará pelo advogado. O foco será nas questões mais complexas e com maior valor acrescentado para faturar ao cliente. Teoria do valor trabalho vs. utilidade. -
Gestão do Ciclo de Vida dos Contratos e Soluções Integradas
O mercado norte-americano conta com inúmeras legaltechs (foram mais de 300 stands na LegalWeek). Os escritórios preferem aquelas que concentram todas as atividades, ao invés de uma oferta dispersa. Harvey e IronClad, por exemplo, têm apostado nesta abordagem. -
Eltemate
Spin-off da Hogan Lovells que permite a advogados de firmas globais realizar consultas sobre especificidades locais. Respostas sumarizadas, traduzidas e assertivas. -
Gestores como protagonistas
Áreas como a de Gestão do Conhecimento passam a ter um papel de destaque. Devem identificar, relacionar-se com o mercado e manter um acervo de legaltechs à disposição dos advogados. Eficiência e dados estruturados tornaram-se requisitos essenciais.
A propósito, muitas palestras da LegalWeek nem sequer têm advogados como oradores. -
ClearyX
Programa de inovação do Cleary. Para além de abordar a inovação jurídica (já habitual), o seu objetivo é mapear futuros possíveis. Realiza reuniões periódicas entre áreas de prática, sem compromissos com métricas ou metas. -
Copilot
A ferramenta mais utilizada, destacando-se por estar integrada no Office — uma vantagem competitiva evidente. -
Dificuldade de definição de preços, boutiques e escritórios de média dimensão
As legaltechs ainda enfrentam dificuldades para encontrar o “ponto de equilíbrio” ideal na definição de preços. Modelos baseados em subscrição, consumo de dados ou número de ferramentas continuam a afastar os escritórios de média dimensão e as boutiques — sem falar dos profissionais liberais. -
Outsourcing
Muitos escritórios (especialmente os de média dimensão) já assumiram que estão fora do jogo no desenvolvimento de ferramentas personalizadas, por três razões: foco, custo e falta de procura contínua. Cada vez mais, recorrem a legaltechs para casos específicos. Um exemplo é a Epiq, na área de ciber forense. -
LegalWeek
O evento é plural (há até palestras com atores de Hollywood). Mas, dentro do setor, tem o seu brilho. Seja pela atmosfera, os temas, a missão paralela da Associação Brasileira de Legaltechs (a maior do mundo), ou o número de participantes internacionais.