A Comissão prepara-se para adotar, no próximo dia 19 de novembro de 2025, uma iniciativa denominada de “carteira empresarial europeia”. O principal objetivo da Comissão com esta iniciativa é alargar o regime europeu de identificação digital aos operadores económicos e às administrações públicas.
Atualmente, as empresas enfrentam processos fragmentados, complexos e ineficientes, baseados em normas nacionais e plataformas não interoperáveis, o que gera custos elevados, perda de produtividade e limita a competitividade, sobretudo das PME.
Além disso, conclui a Comissão que a divergência de regras, sistemas técnicos, formatos e procedimentos nacionais conduz a um acesso desigual aos serviços, reduzindo a competitividade, atrasando a transformação digital e limitando o potencial económico dos operadores económicos para os mercados regionais. Os processos atuais são frequentemente ineficientes, conduzindo a uma perda de cerca de 2 triliões de euros em valor económico global anual devido à perda de produtividade e de oportunidades de receitas.
Segundo a Comissão, a iniciativa visa um panorama empresarial com requisitos técnicos e operacionais específicos que diferem dos requisitos estabelecidos para a carteira de identidade digital da UE para pessoas singulares, por exemplo, rastreabilidade, integração com sistemas internos, etc.
A iniciativa deverá abordar os principais fatores considerados pela Comissão como problemáticos — fragmentação dos portais nacionais, processos administrativos ineficientes e obrigações de conformidade complexas — ao proporcionar uma solução única, segura e interoperável de identidade baseada na nuvem. Para o efeito, deverá permitir às empresas identificarem-se e autenticarem-se, partilharem credenciais e receberem notificações oficiais em toda a UE utilizando uma infraestrutura de identidade harmonizada e legalmente reconhecida. Tal deverá assegurar a comunicação eficiente e digital de informações, acelerar as transações e reforçar a confiança nas operações digitais à escala da UE. A carteira empresarial deverá ser um instrumento para facilitar as interações B2G, B2B e G2G.
Na ótica da Comissão, a carteira empresarial europeia terá impactos económicos, sociais e ambientais significativos.
Económicos: maior eficiência, redução de custos e estímulo à competitividade transfronteiriça.
Sociais: novas oportunidades para prestadores de serviços de confiança e expansão das atividades empresariais.
Ambientais: redução do uso de papel, embora com maior consumo energético.
A iniciativa deverá beneficiar especialmente as PME e regiões com forte comércio transfronteiriço, reforçando a transformação digital e a integração do mercado europeu.
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