06.10.2025

Áreas de Prática: Público & Ambiente

Setores: Ambiente

Tipo: Abreu

José Eduardo Martins defende uma intervenção conjunta de governos, indústria e sociedade civil para combater a poluição dos plásticos

José Eduardo Martins acredita que a regulação e a intervenção de governos, indústria e cidadãos serão fundamentais para promover mudanças na sociedade no combate à poluição pelos plásticos. O sócio da Abreu Advogados expressou esta opinião no painel “Transition pathways: A Societal Approach”, integrado no evento Plastics Summit Global Event, que ocorreu esta segunda-feira, na Feira Internacional de Lisboa.

O advogado explicou que a regulamentação é fundamental para promover mudanças de atitudes e comportamentos, defendendo que o governo e a indústria têm um papel na transição ambiental.

“Uma regulamentação inteligente, apoiada por uma comunicação clara, cria uma sociedade em que os consumidores com poder de decisão impulsionam a mudança, juntamente com a indústria e o governo. É essa a verdadeira transição: não apenas tecnológica, mas também ética e cívica.”, referiu, dando exemplo de sinergias que já ocorreram em Portugal. “Em Portugal, o Pacto para os Plásticos juntou a indústria, os municípios e as ONG à volta de uma mesa. Esta colaboração não substitui a criação de enquadramentos legais, mas prepara o terreno para uma melhor regulamentação. Transforma o confronto em copropriedade.”

José Eduardo Martins acredita que, nos próximos anos, assistiremos à reutilização de produtos como principal motor de mudança na sociedade, estando reunidas as condições para que uma verdadeira mudança possa ocorrer.

“Culturalmente, a era do descartável está a acabar. Práticas como reabastecer, devolver e reutilizar — outrora consideradas de nicho — estão a tornar-se comuns. O que a reciclagem foi na década de 1990, a reutilização será na década de 2030. Os cidadãos estão a impulsionar essa mudança, não apenas a acompanhá-la”, começou por explicar. “Em 2030, os plásticos continuarão a existir – mas serão concebidos, utilizados e valorizados de forma diferente: como materiais para circular e não para deitar fora. Esta década decidirá se nos limitaremos a gerir o problema ou se inverteremos verdadeiramente a maré da poluição por plásticos. Acredito que sim – porque a vontade pública, a orientação política e a inovação estão finalmente a caminhar na mesma direção”, concluiu.

Organizado pela Associação Portuguesa de Indústria de Plásticos, o Plastics Summit – Global Event juntou dezenas de especialistas internacionais para discutir o futuro da indústria de plásticos, promovendo discussões interessantes sobre temáticas de inovação e sustentabilidade.

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